No dia 12 de dezembro de 2019, o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de Goiás. Um dos pontos da investigação é pautado em uma possível administração de medicamentos falsificados em pacientes em tratamento oncológico.
Esta denúncia aconteceu a partir de um caso isolado, onde foi apresentado como prova uma caixa de um lote do remédio que não teve entrada registrada no INGOH. O ocorrido foi em novembro de 2017 com o paciente O.S.C., que iniciou seu tratamento no Instituto em setembro de 2015, na ocasião da segunda recidiva de sua neoplasia (inicialmente diagnosticada em 2012). O primeiro medicamento administrado no portador de câncer renal foi o Sutent 50 mg, receitado pelo médico R.F.F. do Hemolabor, responsável por acompanhar o caso do paciente e que atendia e atende no Hemolabor.
No período em que realizava seu tratamento, o paciente recebeu, no dia 07 de novembro de 2017, o lote 189EE do Sutent, um dos apontados como falsificado. Porém, na data, o INGOH não tinha conhecimento sobre a adulteração do produto, o que aconteceu apenas em 6 de março de 2018, quando a Anvisa informou via internet sobre a falsificação de alguns lotes do medicamento, dentre eles o lote 189EE. No dia seguinte, o INGOH enviou à Secretaria de Vigilância Sanitária um documento com as notas fiscais do medicamento adquiridos no ano de 2017 e a lista com nome do paciente medicado com o produto em questão.
Na documentação, o INGOH comentou detalhes sobre a compra do medicamento. “Fizemos uma única compra do medicamento Sutent 50 mg no mês de outubro/2017 da Distribuidora House Comércio de Medicamentos e Produtos Hospitalares Ltda citada no Alerta Sanitário nº 01/2018”, afirma. Ainda sobre a distribuidora, o Instituto garantiu que na época da compra “a distribuidora estava apta a responder às cotações no portal Bionexo e a vender medicamentos ao comércio”. Além do INGOH, a Unimed Porto Alegre também foi vítima do caso ao adquirir lotes do medicamento falsificado. Diante da situação, o INGOH foi à Delegacia do Consumidor de Goiânia (DOCOM) e registrou Boletim de Ocorrência pertinente.
Antes mesmo da constatação da falsificação, em 15 de fevereiro de 2018, o médico responsável pelo tratamento do paciente O.S.C. trocou o tratamento, o que ocorreu outras duas vezes, ou seja, o paciente foi submetido a outros três medicamentos após o Sutent. Mesmo após o caso, o tratamento continuou sendo realizado no Instituto até outubro de 2018, quando o paciente deixou a unidade de saúde sem nenhuma outra informação.
O Sutent é um medicamento importado, fabricado pela Pfizer, e de alto custo. A droga é indicada para pacientes que possuem um tipo raro de tumor no pâncreas, rins e estômago.
Quando se trata da saúde e bem-estar do cidadão toda e qualquer investigação é honrável. Porém, é indispensável a responsabilidade sobre a abordagem dos fatos. Famílias que vivem momentos difíceis estão ficando mais fragilizadas com a forma como os fatos e circunstancias estão sendo conduzidos. O INGOH pede e espera para que a justiça seja feita, baseada em investigação conduzida com transparência, isenção, impessoalidade e imparcialidade, que todas as versões e contribuições, técnicas e fáticas, sejam recebidas e consideradas pelas autoridades, visando que se apure a exata verdade do que ocorreu, sem paixões ou deduções/presunções/ilações órfãs de base técnica ou factual, em respeito aos princípios constitucionais vigentes no Brasil e à dignidade de todos os envolvidos; pacientes, autoridades, médicos, familiares, funcionários e amigos. Reafirma o INGOH sua disposição de contribuir, a todo o tempo, com toda e qualquer informação que lhe seja solicitada, para que essa apuração alcance a única e real verdade, a qual certamente é a de que o INGOH sempre se pautou pela ética e preocupação em oferecer o melhor e mais eficiente tratamento aos pacientes e familiares, respeitando as regras legais e institucionais. Nos posicionamos de forma a colaborar, esclarecer, comprovar e materializar a verdade, a qualquer preço (sob qualquer circunstância). O INGOH também disponibilizou uma ouvidoria exclusiva para tirar todas as dúvidas da população, basta ligar no(62) 3226-0200 e digitar a opção 5 para ser atendido ou enviar mensagem pelo whatsapp (62) 3941-1951.
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